O Menino Que Queria Ser “Homem”
Pobre menino, solitário, sofrido, nem sabe o que a vida lhe planeja, vive sempre sonhando em ser grande, nem sabe do que é capaz, apenas sonha. Ao ver gente grande, logo pensa que isso é ser gente, ter responsabilidade, maturidade e ser capaz de pagar as contas de cada dia. Isso é o que ele mais sonha.
O menino vai crescendo, entendendo que o que ele pensava ontem já não é o que ele deseja hoje, mas fica imaginando que ser gente grande ainda é bom.
Foi do tempo, menino, que a gente brincava e sonhava, mas hoje só sonhamos, só imaginamos, pois estamos em outro tempo, em pleno século do sonho. Mesmo assim, mesmo que o tempo possa mudar a cada dia, não podemos esquecer que é só um tempo, nada mais. Os sonhos são sonhos quando sonhamos e fazemos que floresçam, tornem-se realidade. Mas isso, o menino ainda não sabe.
Hoje o menino cresceu, não suficientemente para descobrir o que é ser homem, sem saber os defeitos de gente grande. Pobre menino, continua sonhando.
O homem, menino, ao passar dos tempos descobre coisas que já era de ser descobertas e, com isso, começa a descobrir outros deuses, substituindo por um ser capaz de ser a própria ciência e outras coisas mais.
Agora o menino já está entendendo o valor de ser gente grande e responsável, mas se arrepende de ser mais um pobre homem crescido, de ser mais um homem que sonhava em descobrir outros mundos quando, na verdade, descobrir-se seria a parte mais essencial. Não ignores os grandes, menino, pois eles só são mais um e nada mais.
Cadê os sonhos, meu pobre menino? Cadê as fantasias e as imaginações?
Não podemos julgar um sonhador, quando ele, na verdade, é um pobre menino que assim como todos os meninos almejam um futuro melhor; o mais importante é nunca deixar de sonhar, meu pobre menino.