Ela bebia socialmente, enquanto deslizava vagarosamente os dedos sobre os longos fios de cabelos dourados como ouro. Ora ou outra com um guardanapo enxugava algumas gotas do Chopp que descia sobre os lábios brilhosos. O ponto do chope nunca foi a opção dela, mas que naquele momento cairia bem para afogar as mágoas ou se livrar de uma vez por todas de um “carma” – assim pensaria ela.
No pescoço uma gargantilha grafada “A”, bem detalhada e vibrante que chamava a atenção de quem a observasse. No dedo da mão esquerda apenas uma marca da aliança. A face da bela jovem estava borrada, culpa de algumas lágrimas que borrou a maquiagem. Mas para uma moça tão bela, a maquiagem só seria um detalhe que pouco importava para quem a observasse.
Estava vestida elegantemente e, mesmo se não a estivesse, qualquer pessoa a observava, admiravam-na com toda beleza em uma só mulher.
Uma pergunta que não quer calar: se Amanda era tão bonita, elegante e fina, como pode um homem a deixar e simplesmente evaporar sem dar notícias? Respostas essas que a bela jovem não tinha e, se fosse realmente um homem sem caráter, por que ela derramava algumas lágrimas por quem não merecia? Há muitas perguntas sem respostas e até mesmo quem esteja sofrendo, como no caso dela, não saiba esclarecer.
Será que fugiu com alguém? foi sequestrado? foi preso pela polícia? …
João Alfredo, o primeiro namorado, foi o típico namorado que só queria Amanda por algumas horas de prazer e logo depois inventava mil desculpas dizendo que teria que trabalhar com o projeto novo – projeto esse que Amanda só descobriu um dia quando resolveu jantar no Restaurante Degusté – lá estava ele com uma morena na mesa de jantar…não teve desculpas, pois os lábios se encontravam enquanto João Alfredo acariciava a face daquela que Amanda queria, em pensamento, quebrar a cara.
Depois da fase com Alfredo, Amanda deu um tempo, não queria acreditar nos boatos que homens fossem todos iguais, mas as evidências não davam outra escolha e isso mexia com seus pensamentos.
Só depois de seis meses foi que apareceu o que parecia o príncipe encantado. Foram momentos de pura felicidades, que Amanda jamais soube de algum delito do amado. Agora está ela no bar imaginando que o príncipe deu no pé, evaporou quando soube que ela guardava segredos, esses que só ela sabe, ou, talvez, seus cavalheiros.