Para lá e para cá, num vai e vem, a enxada de neco, bem amolada, ia aos poucos criando dentes, arrastando-se entre os pedregulhos naquele sertão árido cearense. A esperança era que, mesmo com toda aquela seca do sertão, São José fizesse chover para que a colheita de milho, arroz e feijão desse para encher os tambores de duzentos litros e alimentar a família até o próximo inverno. Que certeza tinha neco? Nenhuma! Mas o sertanejo vive de esperança, essa que alimenta toda sua alma e faz acreditar em dias de chuva.