Quando ouvimos os nomes Joaquim, Pedro, Francisco, Antônio, João…enfim, esses nomes que são comuns no nordeste, sendo estes em crianças pobres, o som é estranho. Caso seja Francisco, logo o chamam de chiquinho, chico, chicão. Sendo esse mesmo nome, assim como os outros mencionados, em crianças de pais ricos, nem parece que são os mesmos nomes, até parece que é um nome estrangeiro.
Angélica, por exemplo, tem um chamado Joaquim; Adriana Esteves tem um chamado Vicente; Aline Moraes tem um chamado Pedro; Alessandra Negrini tem um que se chama Antônio; Bruno Mazzeo tem um chamado João; Carolina Dieckman tem um chamado Joaquim.
Nesse pequeno detalhe percebemos a nossa indiferença, quando valorizamos muitas vezes os status sem a essência. Os filhos dos famosos com os nomes de Francisco, ninguém os chamam de chico, chiquinho, chicão. Em São Paulo chico é o nome que se dá quando as mulheres estão naqueles dias.
Se uma moça estiver andando de ônibus com uma bolsa da marca “Vogue”, todos a observa e logo deduzem que seja falsificada, mas se a uma moça da classe média alta estiver usando uma que não seja originaou, todos acreditam fielmente que seja verdadeira.
Quem já andou pela avenida quatorze de julho, na maravilhosa Campo Grande – MS, já deve ter observado que aquelas belas moças e rapazes que ficam em frente à algumas lojas de roupas de marcas – não preciso dizer os nomes – repararam-nos de cima a baixo. Caso você não esteja aparentemente bem vestido, não será convidado para ver os produtos da loja. Outra coisa engraçada é que eles não convidam pessoas idosas, como se esses não tivessem dinheiro, ou se esses não pudessem presentear alguém. O objetivo é pessoas novas e bem vestidas.
Estava eu e meu amigo andando pela avenida, quando meu amigo foi abordado por uma moça realmente muito bela, corpo de violão, uma princesa…imaginem leitor. Não pensou duas vezes de duas vezes e logo foi olhando um monte de roupas e, como ele realmente estava à procura de uma camisa, saiu da loja com a fatura negativa do cartão de crédito no valor de duzentos reais. Não pestanejou – também com uma loira daquela o atendendo – saiu com o sorriso na cara e o aperto no coração imaginando a fatura que iria pagar. O atendimento foi muito bom para ele, eu que sou acostumado a andar de botinas, nem moral ganhei.
Isso acontece em todo brasil, não é exclusividade de Campo Grande, somos observados pela etiqueta que usamos, pela nossa aparência, não pelo que somos. Não nos enxergam pelo que somos como pessoa. Todos os dias somos observados e julgados na mente das pessoas.
Certa vez em Manaus – AM, uma vendedora me disse que havia perdido tempo comigo, depois de eu ter olhado as roupas e não comprado nenhuma. Já pensou se toda vez que entrássemos em um estabelecimento tivéssemos que comprar algo? Quanta ignorância daquela vendedora. Sai da loja chateado, mas não levei muito a sério.
Lembre-se: você está sendo observado e julgado nesse exato momento…ignore-os!