NÃO SE VÁ, JULIET.
Era hora de deixar as coisas como estavam ou era hora de dar um basta na situação? Quando o coração não sabe o rumo que tomar, ou melhor, quando se está apaixonado, não há direção certa e assim o sentimento domina mais que o racional.
Enquanto ela ficava sentada na cama, cabisbaixa, chorando sem parar, ele ficava encostado na porta entreaberta, com dois pensamentos, ou talvez vários.
Aquela situação já tinha passado dos limites, seria melhor não tê-la começado, mas não seria fácil controlar os sentimentos.
Alfred ficava sem reação ao ver Juliet chorando daquela maneira, nunca a viu tão triste em nenhum momento que estiveram juntos.
Um ano se passou como num piscar dos olhos, momentos de pura felicidades e, às vezes aquelas briguinhas que todo casal de apaixonados tem, por qualquer coisinha.
AS PRIMEIRAS PALAVRAS
Bebia uma xícara e outra de um bom café expresso. Quase não olhava o que acontecia ao seu redor e, como o garçom já o conhecia, poupava-o de que se fizesse o pedido e logo enchia a xícara. A cafeteria era o lugar favorito de Alfred, uma vez que podia beber quantas xícaras quisesse, que pagava o mesmo valor. Não que Alfred fosse “mão de vaca”, mas era um homem bastante […]
Enquanto Alfred se descabelava tentando juntar palavras, formar um parágrafo, organizar o pensamento do livro que estava escrevendo, na sacada da cafeteria uma bela jovem, bem elegante por sinal, estava vidrada lendo uma obra.
A bela jovem também degustava o bom chá da cafeteria Louvre. Não degustava na mesma intensidade que ele, uma vez que não era tão fanática o quanto, mas quando se concentrava em algo, em uma boa leitura, não podia faltar o chá de camomila.
Ela quase não piscava, enquanto lia cada página do livro. Não havia nada que pudesse mudar o olhar de direção quando estava nesse ofício. Já o Alfred, não se pode dizer o mesmo, assim como também qualquer outro rapaz, que admirasse uma bela mulher, sempre dava uma olhadinha.
O parágrafo não saiu, apenas o título “a mentira perfeita”. Não adiantava descabelar-se, perder a paciência consigo mesmo, uma vez que, quando o pensamento não vem, melhor descansar caneta e papel e dar uma boa relaxada. Não seria algo tão simples para Alfred fazer isso, mas se deu por vencido por alguns instantes. Alfred achou melhor observar a moça sentada, pois algo havia chamado sua atenção: ora a moça ria sozinha, ora descia uma lágrima no rosto e ela a enxugava com a maior delicadeza com o guardanapo. Aquilo o deixou inquieto, querendo descobrir qual seria aquela obra nas mãos delicadas que a fez chorar e rir. Não! Não! Não teria coragem de se levantar, dirigir-se até ela e perguntar aquilo que….
PREVIA DO ROMANCE